Uma das evidências mais expressivas da presença dos migrantes nas grandes cidades é o vendedor ambulante. No caso de São Paulo, é comum encontrar pessoas de diferentes lugares do Brasil e do mundo comercializando os mais variados objetos nas ruas da cidade. Sem perspectivas de empregos, aqueles que deixaram o seu lugar de origem em busca de melhores oportunidades tentam a sorte nas calçadas, disputando espaço com lojistas e tentando resistir às investidas do Estado, que procura regulamentar o uso público da rua. O fato é que os vendedores ambulantes não apenas alteram a paisagem das ruas de comércio, mas, além disso, transformam territórios comumente distantes do centro da cidade, onde continuam a vivenciar um intenso processo de segregação espacial. A rua e a cidade lhes são negadas, uma vez que acabam expulsos violentamente das calçadas e empurrados para as periferias urbanas, local de suas precárias moradias. Por outro lado, introduzem novas características sociais e culturais ao cotidiano da cidade. Assim, encontramos barracas de tapioca, de produtos chineses, de artesanato indígena, tudo isso em plena cidade de São Paulo.
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