Três milhões de passageiros se acotovelam todos os dias no metrô de São Paulo. Uma multidão brota do piso da cidade, vinda dos túneis que correm por baixo das ruas abarrotadas de carros. Trazer toda essa gente apressada de volta à superfície requer não apenas degraus, mas, também, a garantia da fluidez necessária para não superlotar as plataformas. As escadas rolantes, nesse caso, além de proporcionarem conforto - e sedentarismo -, cumprem o papel de dar vazão ao grande fluxo de pessoas que demanda o serviço de transporte público. Se, antes, as escadas andavam a meio metro por segundo - similar a uma pessoa subindo os degraus a pé-, agora, em muitas estações do metrô, elas estão 50% mais velozes, chegando a 0,75 m/s. Para quem usa as escadas rolantes todos os dias, a "economia" de tempo para acessar e deixar as estações do metrô pode chegar a "incríveis" dez minutos por mês...
Com o aumento da velocidade, aumenta, também, o risco de acidentes nas escadas rolantes. No entanto, vale tudo para transportar a "boiada" rumo ao trabalho. A velocidade das escadas rolantes está compassada com o ritmo da cidade. O sedentarismo e a pressa tiram alguns anos de nossas vidas em troca de dez minutos a mais por mês, ou duas horas por ano, ou um dia de folga em absurdos doze anos subindo e descendo as escadas rolantes. (Foto: Nelson Biagio Jr.)
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