A era dos carros elétricos promete uma cidade menos poluída e menos barulhenta. No entanto, insistir no modelo de mobilidade que privilegia o transporte motorizado individual continuará trazendo grandes prejuízos à vida urbana, mesmo com a chegada dos veículos movidos a eletricidade. O ronco dos motores pode até ficar no passado, mas permanecerá o barulho das buzinas na disputa por espaço e fluidez. A indústria automobilística, como já é de costume, venderá carros elétricos com selos verdes, agregando um valor ilusório ao produto. Enquanto isso, com a progressão da frota de veículos automotores, a cidade continuará sendo planejada para os carros, e não para as pessoas. Ao conectar o carro "ambientalmente correto" na tomada, as baterias serão abastecidas, provavelmente, com o mesmo petróleo que antes era queimado nas ruas da cidades, mas que agora é consumido nas usinas termoelétricas, visto que 80% da matriz energética mundial ainda depende de combustíveis fósseis. Alguns indicarão as usinas nucleares como alternativa, justificando a produção de lixo atômico para sustentar um modelo insustentável de mobilidade urbana. A tecnologia do veículo elétrico, sem dúvida, representa um importante avanço científico, mas não trará benefícios reais para as cidades se for empregada na manutenção do transporte individual. Aliás, por onde andam os antigos ônibus elétricos? (Foto: Eugenio)
1 comentários:
Lembro que quando eu era pequeno havia várias linhas operadas por ônibus elétricos, e muitas dessas serviriam para eu ir de casa até a escola. Mas eu sempre evitava utilizá-los, simplesmente porque não eram eficientes Pois além de serem mais lerdos que os demais ônibus, não foram poucas as vezes em que vi uma fila desses parados na avenida Santo Amaro, por algum problema no sistema.
E mesmo que hoje fossem mais eficientes, ter os cabos necessários passando por cima todas as grandes avenidas, gerando uma enorme poluição visual, está longe de ser a solução ideal.
Sobre os carros elétricos, penso que podem ser uma forma de desenvolver a tecnologia, tornando-a mais barata e eficiente podendo então ser usada no transporte coletivo, para então ter um ônibus elétrico realmente eficaz.
Quanto a queima de petróleo, mesmo que não houvesse nenhuma redução, evitar que essa seja feita nas ruas dos grandes centro urbanos já seria um incrível avanço, não sob o ponto de vista climático, mas sim para a saúde.
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