"O urbanista Sun Alex procura um lugar para se sentar no Largo do Arouche. Se fosse há duas décadas, seria mais fácil. Nos anos 80, havia cerca de 30 bancos ali. Em 2000, 11. Hoje, há 5. Ele se senta no banco improvisado do engraxate Luiz Rosa, que trabalha ali desde 1976 e testemunhou o desaparecimento dos assentos". Esse pequeno trecho da reportagem do Movimento Nossa São Paulo sobre as praças públicas paulistanas traduz o que quero dizer: a rua transformou-se em lugar de passagem, não de contemplação.
Há praças sem bancos na cidade. Lugares que, ao invés de convidar, repelem as pessoas do espaço público. Assentos nas calçadas, então, nem pensar. Quando muito, há uma árvore se equilibrando no meio fio, cuidadosa para não cair sobre o rio de automóveis que beira as suas raízes. Aliás, as poucas sombras das árvores são de uso quase exclusivo dos carros que, ao contrário das pessoas, usam a rua como lugar de parada. (Foto: Philipe Ribeiro)
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